mas

mas é pai. e pai é pai.
mas é mãe. e mãe é mãe.

nestas afirmações parece estar contido que todo o nascer de é ser cuidado por. naturalmente inerente ao processo de criação, o desvelo. com sorte, altruísta. mas só encerram em si o desejo que assim seja. que no prolongamento das palavras se torne verdade, que a vida seja harmoniosa em família. e uma confrontação que a semântica sem magia pode ser profundamente dolorosa. pai, não é pai e mãe, não é mãe. esquecendo a biologia, mas a relembrar que precisamos de identidade, de raízes. que nos construímos também com essas referências. e se elas existem completamente deformadas?

o meu pai é a pessoa de quem menos gosto na família. há mágoa, assim como há desejo que mude (como as compreendo). há, também, alguma aceitação por soma de tantas desilusões. à mãe, neste caso, cabe-lhe ser a mãe é mãe, no seu todo, ainda que ela própria também ande à procura da sua identidade e questionando quantas vezes conseguimos criar novas raízes e firmar porto seguro?




Sem comentários:

Enviar um comentário